Sobre o Programa
O Programa de Pesquisa de Aveia (PPA) é desenvolvido desde 1977 na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) da Universidade de Passo Fundo (UPF), tendo como objetivo principal o desenvolvimento de novas cultivares de aveia-branca e aveia-preta, respectivamente - com altos potenciais de rendimento/qualidade de grãos e alta produção de forragem-, adaptadas às principais regiões fisiográficas e tolerantes a estresses ambientais.
O Programa envolve atividades de pesquisa em Melhoramento genético, Ecofisiologia e manejo, Fitopatologia, Entomologia, Controle da plantas daninhas, Nutrição/adubação, Tecnologia de aplicação de defensivos, Nutrição animal, Nutrição humana e Tecnologia de processamento de grãos.
De 1977 até o momento foram desenvolvidas e lançadas comercialmente 24 cultivares de aveia branca (UPF 1, UPF 2, UPF 3, UPF 4, UPF 5, UPF 6, UPF 7, UPF 8, UPF 9, UPF 10, UPF 11, UPF 12, UPF 13, UPF 14, UPF 15, UPF 16-Jubileu, UPF 17, UPF 18, UPF 19, UPFA 20-Teixeirinha, UPFA 22-Temprana, UPFA PAMPA, UPFA GAUDÉRIA, UPFA OURO e UPFPS FARROUPILHA) e um cultivar de aveia preta (UPFA 21-MORENINHA), além de inúmeras tecnologias de manejo da cultura, para a produção de grãos ou forragem, bem como de tecnologias de utilização.
A área cultivada com aveia-branca no Brasil, em 2015, foi de 190 mil hectares, com uma produção de 351 mil toneladas e produtividade de 1.853 Kg/ha, uma redução de produtividade em relação a anos anteriores em razão de condições ambientais. Em 2016 a área de aveia-branca foi de 292 mil hectares, colocando a gramínea como a segunda cultura de inverno em área cultivada no Brasil, atrás do trigo com 2.117 hectares e seguida de cevada, canola, triticale e centeio, respectivamente, com 96, 48, 24 e 3 mil hectares de área cultivada (CONAB, 2016).
Não há acompanhamentos estatísticos de área cultivada de aveia para produção de forragem e como cobertura de solo. Estima-se que a área destinada para tais fins seja de aproximadamente 5 milhões de hectares (INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA A CULTURA DA AVEIA, 2014).
Embora haja sinais de recuperação de áreas cultivadas com a aveia, há a necessidade de recuperar a produção alcançada no início desse século, que representou uma redução drástica na importação do grão devido à oferta crescente de grãos produzidos internamente e a melhoria da qualidade industrial dos grãos nacionais. O crescimento da aveia no Brasil propiciou um aumento da renda de produtores, o aumento de volume processado, a oferta crescente de novos produtos alimentícios contendo aveia, o aumento do consumo per capita deste cereal e a economia de divisas ao país.
Sem a recuperação de área cultivada e produção, o Brasil poderá necessitar importar o cereal. Torna-se imprescindível, assim, a união de esforços por parte da pesquisa e do setor produtivo para a retomada de crescimento e importância da cultura no país.
É muito relevante o número de recursos humanos treinados na pesquisa de aveia nas mais diferentes áreas na FAMV/UPF, sejam estagiários, alunos de experimentação agrícola, bolsistas de Iniciação Científica do CNPQ, FAPERGS e FUPF, bolsistas de Aperfeiçoamento e alunos de Mestrado/Doutorado em Agronomia.
Importante ressaltar, o Programa de Pesquisa de Aveia da UPF mantém cooperação estreita com instituições internacionais de pesquisa, especialmente com a Universidade da Flórida, e nacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e de Pelotas, Fundação ABC para Pesquisa e Divulgação Técnica Agropecuária (Fundação ABC), Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), além do apoio fundamental das demais instituições membros da Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia (CBPA). O PPA conta também com o apoio e troca de germoplasma com a “Quaker Nursery” (USA), empresa que fomenta à pesquisa.
Para concluir, em 2010 foi realizado um importante convênio de Cooperação Técnica e Científica entre o PPA/UPF e a Fundação Pró Sementes (FPS), cujos objetivos são o desenvolvimento conjunto de novas cultivares de aveia-branca (grãos, forragem e de duplo propósito). A partir desse convênio, as sementes de novas cultivares, desenvolvidas em cotitularidade FUPF-FPS, recomendadas pela Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia, são multiplicadas e certificadas pela FPS.